BANDA REVANCHE IMEDIATA

segunda-feira, 29 de março de 2010



O vento sopra a favor
(Marcio Freitas)

Moro na rua, durmo no chão
A minha cama é uma caixa de papelão
Vou pro sinal, pedir dinheiro pra cola e pro pão
Resto de festa e feira é a solução
Morro de vontade de voltar pro meu barraco
Mas meu pai embriagado com um pedaço de taco na mão
Me bate tanto que me deixa largado no chão
Vou pra qualquer canto mas pra lá, não volto não
Pra minha mãe eu já sou ladrão.
Posso pedir, posso chorar
Cheiro cola pra fome passar
Mãe, eu já peguei arma de fogo
Mas não quis ser parte desse jogo
Já não vejo graça, já não sei sonhar
Vi Papai Noel contando papo,
Mas meu teto e meu sapato, cadê?
Mas o vento sopra a favor
Mas é preciso esquecer o medo
Mas é preciso esquecer o medo de amar.
Ah, o vento sopra a favor
Mas é preciso coragem pra provar,
Provar de olhos vendados sem saber o sabor.

Que haja amor debaixo de cada pele
Sem distinção de cor
E não importa o tom
Que não houvesse fome
Que não houvesse dor
Debaixo desse sol, da linha do equador
E eu não vou pedir sozinho.

( Obra registrada. Respeite os direitos autorais)

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